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Sem danos
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09/11/2018 - Informe a categoria
Sem danos
Nova cirurgia para extração de tumor de
próstata não causa impotência e nem perda de controle urinário
Na medicina brasileira, o mês de novembro é dedicado
as campanhas de conscientização sobre o câncer de próstata. De acordo com as
estimativas do Instituto Nacional do Câncer, neste ano devem surgir 68 mil
novos casos e o registro de mortes ultrapassará a marca de 13 mil homens. Com
características diversas — uns de evolução lenta, outros mais agressivos —,
todos podem ser prevenidos a partir da realização regular de exames a partir
dos 45 anos. Quando a doença se instala, é possível tratá-la com medicações e
radioterapia, por exemplo, para tentar preservar a glândula, responsável pela
parte do líquido que forma o esperma. Se isso não for possível, a opção é sua
total retirada. Até
muito recentemente, a extração completa da próstata trazia como efeitos colaterais,
na maioria dos casos, a perda do controle urinário e da capacidade de ereção.
Um grupo de médicos brasileiros, italianos e americanos descreveu na edição de
julho do jornal da Associação Europeia de Urologia — o principal do mundo no
campo de cirurgias urológicas — uma nova técnica que preserva as funções mesmo
com a retirada total da glândula.
O
grande desafio de tratar qualquer problema na próstata é ter que trabalhar
dentro da área onde a glândula está localizada. Ela fica entre a bexiga e a
pelvis, região bastante vascularizada e provida de nervos. Por isso são tão
comuns sequelas como a perda da continência urinária e da ereção. O que os
médicos fizeram foi modificar a técnica padrão usada na prostatectomia
robótica, como é a chamada a cirurgia feita por meio do robô (Da Vinci). “Na
operação tradicional, é necessário cortar alguns vasos e nervos que estão na
parte anterior da próstata para que seja feita sua remoção”, explica o
urologista Rafael Coelho, cirurgião robótico do Hospital Nove de Julho, de São
Paulo, e um dos especialistas que assina o artigo publicado no jornal europeu
de urologia. “Desenvolvemos um método inédito de retirar a próstata preservando
esses vasos.”
“Conseguimos
retirar a glândula preservando nervos e vasos sanguíneos” Rafael coelho, urologista
A
técnica vem sendo usada pelo mesmo time no Brasil desde 2014. De lá para cá, já
são mais de mil pacientes operados. Na amostra usada para o estudo, foi
avaliada a evolução de 128 pacientes. Os resultados mostraram eficácia e, mais
importante, danos mínimos. Nada menos do que 85% apresentaram controle urinário
logo após a cirurgia e, depois de um ano, 98% estavam continentes. “E 87% dos
homens recuperaram a capacidade de ereção doze meses após o procedimento”,
informa Coelho.
Geralmente,
o paciente fica apenas um dia no hospital e é liberado para voltar as
atividades em torno de quinze dias. Isso é possível porque a operação é
minimamente agressiva, o que reduz riscos de infecção e de sangramento além do
devido.
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Fonte
: https://istoe.com.br
Autor
: ISTOÉ |
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